quarta-feira, 25 de junho de 2008

Seminários sobre Prospecção de Oportunidades, promovidos pela Incubanet, mostratam Inovação, Tendências e Perspectivas em Pernambuco

A primeira etapa do ciclo de eventos “Prospectando Oportunidades: Empreendendo com Inovação” foi encerrada. A Incubanet promoveu os seminários “Perspectivas e Tendências da Economia de Pernambuco” e “Tendências e Perspectivas da Inovação na Macroeconomia”, realizados nos dias 05 e 13 de junho, respectivamente, no auditório do Instituto de Tecnologia de Pernambuco/Itep.

No primeiro seminário, o coordenador da Incubanet, Maurício Scneck, que também estava como coordenador da mesa do evento, iniciou explicando as atividades da Rede de incubadoras e comentou acerca da intenção do ciclo de eventos:

“Muitos empreendedores acham que conhecem o mercado, mas esse mercado muda diariamente e, assim, o conhecimento sobre ele deixa a desejar. A Incubanet fez um estudo junto à INTG e destacamos setores que tem maior potencial. Nesses eventos pretendemos ouvir opiniões de profissionais que já estão no mercado sobre as necessidades que este apresenta, na intenção que surjam potenciais novos negócios, de modo mais embasado, a partir de um diálogo que pretende se formar aqui, entre mercado e empreendedores”.

Seguem trechos do primeiro seminário:

Francisco Cunha


O primeiro palestrante foi o consultor Francisco Cunha, da TGI Consultoria e Gestão. Ele mostrou um panorama da evolução econômica de Pernambuco para demonstrar que “esta é a melhor oportunidade do estado nos últimos 50 anos”. O consultor lembrou o pessimismo que atingiu o pernambucano durante muitos anos, com a crença de que o estado “não tinha jeito” e de como a economia do estado era pouco dinâmica, dando a impressão que era decadente. Posteriormente, Francisco Cunha mostrou a distribuição dos setores da Economia no estado, tanto estatisticamente quanto geograficamente. Concluiu mostrando que a situação atualmente começa a mudar para melhor, com os vários investimentos que Pernambuco tem recebido e apontou pontos positivos que levam a crer que, de fato, o cenário deve melhorar: o porto de Suape, localização geográfica, futura refinaria, entre outros.

Luiz Pinto

O palestrante seguinte, Luiz Pinto, diretor regional da Microsoft Brasil, falou a respeito da Tecnologia a serviço da informação. Ele falou a respeito da evolução da informática, do alcance que as pessoas têm, hoje, à informação, o quanto o setor de TIC representa para o Brasil (4% da economia) e o quanto ele pode evoluir. O executivo mostrou premissas para vencer desafios de acesso à informação, sendo elas: relevância, acessibilidade e disponibilidade. Luiz Pinto ainda apontou que é necessário investir em educação e incentivar a inovação local, bem como falou da necessidade de se catalisar esforços das empresas de TIC para a comunidade e buscar o desenvolvimento sustentável. O palestrante apontou ainda que para que o Brasil “aconteça de fato” no segmento é preciso ter preocupação constante com a qualidade. Para ele, a inclusão digital passa pela capacitação e gera empregabilidade.

Silvio Meira

O cientista-chefe do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (C.E.S.A.R), Silvio Meira, começou sua palestra falando a respeito do futuro. Parafraseando o escritor Douglas Adams, comentou que “o futuro vem do futuro”, emendando que este não é conseqüência lógica nem do passado nem do presente e que só chega a ele quem salta essa linearidade. Comentou que existem os pontos de troca no tempo e que Pernambuco está em um desses momentos, que tem que ser aproveitado. Meira falou que a infra-estrutura tecnológica do mundo está mudando e que um dos pontos é a mudança de perfil de tudo que as pessoas achavam (e muitas ainda acham) que é produto e que, na verdade, é um serviço, citando o exemplo de aviões tipo jatinhos, que são utilizados cada vez mais por empresas pelos seus executivos.
O cientista falou também que tudo que as pessoas têm ao redor hoje “é software”, citando o exemplo de supermercados e empresas de transporte. E, assim, tal qual internet, formam-se redes de empresa, de convencimento, de conversas, de empreendedorismo. Por fim, Silvio Meira apontou “regras” que deveriam ser adotadas ao se criar qualquer novo negócio: ter inteligência inovadora, não baseada em respostas, mas em perguntas; que é bom saber que o conhecimento é sempre emergente, não consolidado; que é preciso ter uma visão comunitária; é importante valorizar o capital pessoal; deve-se valorizar a humildade e, acima de tudo: “faça tudo isso rápido, aprenda e desaprenda rápido para que possa empreender”.


Saúde

Os médicos Luís Pinto e Cristina Carrazzone traçaram um perfil do setor de saúde em Pernambuco, mostrando o histórico do segmento no estado, bem como seus avanços e algumas pesquisas que existem no estado. O médico falou a respeito do empreendedorismo que existe dentro do setor, citando o médico Fernando Figueira, criador do Instituto Materno-Infantil de Pernambuco (Imip) como um exemplo, uma vez que quando aquele hospital foi criado, não havia um serviço voltado para mulheres e crianças em Pernambuco, tal qual se propõe a atender até hoje. A médica falou a respeito das pesquisas que existem em todo o país sobre doenças negligenciadas, campo que, por conta da globalização, com pessoas migrando entre países com mais facilidade, precisa de mais pessoas trabalhando. Ela citou o avanço das pesquisas em doenças de chagas em Pernambuco, citando o trabalho com células-tronco que ela desenvolve junto com equipe multidisciplinar.

O segundo seminário teve como coordenador de mesa o gestor Carlos Rocha, da incubadora de empresas Coolider e como anfitrião o presidente do Itep, Frederico Montenegro. Rocha mostrou o trabalho desenvolvido pela Incubanet, destacando que o empreendedorismo está ligado a necessidades, desejos, tendências e oportunidades. O presidente do Itep destacou o trabalho realizado pelas incubadoras de empresas, como o ambiente propício para geração de novos empreendimentos e de inovação em várias vertentes, inclusive tecnológica. Foram palestrantes Lúcia Melo, presidente do conselho de gestão do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, Sérgio Kano, CEO do TECON SUAPE S/A e Girley Brazileiro, secretário Executivo do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e Material Elétrico de Pernambuco.

Seguem trechos do segundo seminário:

Lúcia Melo


A presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos iniciou sua palestra dizendo que Pernambuco atravessa um momento de aprofundar discussões acerca da inovação, uma vez que atravessa um momento extremamente favorável. “Temos que aproveitar o agora. A convergência da política de ciência e inovação com a política industrial gera uma agenda que contempla as diversidades”. Ela apontou também que o momento é favorável para os instrumentos de financiamento. A pesquisadora também sinalizou a importância da propriedade intelectual, uma vez que “o registro de patentes é fundamental para conhecer a produção científica de um lugar”. Lúcia Melo falou ainda a respeito da Política de Desenvolvimento Produtivo (PITCE TI) cujo objetivo principal é dar sustentabilidade ao atual ciclo de expansão, mostrando as áreas estratégicas dos programas mobilizadores, de setores que podem dar base dinâmica de apoio tecnológico e citou também o Programa PRIME da FINEP como uma alternativa de financiamento às empresas incubadas. A pesquisadora finalizou sua palestra mostrando desafios a serem vencidos para garantir o desenvolvimento sustentável: as questões culturais do Brasil, que precisa mostrar mais ousadia de mercado, com inovação; a visão sistêmica e o aprimoramento do marco legal institucional.

Girley Brazileiro

O palestrante, que faz parte da diretoria do Sindicato da Indústria Metal/Mecânica de Pernambuco, iniciou sua fala dizendo que ainda são poucas as empresas que investem em inovação em Pernambuco e que o estado é o que mais está na mira do setor de metal/mecânica neste momento, em virtude dos empreendimentos que chegam ao estado, tais como estaleiros, construções em geral. Mostrou que o setor tem histórico antigo no estado, em virtude da indústria sucroalcooleira. Apontou a importância do estaleiro Atlântico Sul: “deve formar uma grande cadeia produtiva e gerar cinco mil empregos diretos e 20 mil indiretos, além do surgimento de vários ‘fornecedores de fornecedores’ para os que trabalham na região”. Brazileiro comentou que a mão de obra necessita ser cada vez mais capacitada, até para as funções mais simples de toda empresa, o chamado “chão de fábrica”. “A capacitação é o melhor caminho para melhorar a base técnica”, sinalizou. De acordo com ele, o setor de metal-mecânica é conhecido por ser um “fabricante de fábricas”, portanto é preciso investir mais ainda em TIC para o segmento. Para finalizar, apontou que setores deverão ser muito procurados, vinculados (ou não) ao de metal-mecânica em virtude desses novos empreendimentos que chegam a Pernambuco: robótica, CNC, processamento de plástico e de metais, auditores de solda em indústrias navais, entre outras.

Sérgio Kano

O CEO do Terminal de Contêineres de Suape começou sua palestra citando o exemplo da Coréia do Sul, que “deu grande salto de desenvolvimento em 30 anos, investindo principalmente em capacitação” e sentenciou: “O Brasil, há 30 anos, era a segunda maior indústria naval do mundo, não fez os devidos investimentos, quebrou e agora está retomando o mercado”. Porém, ele destacou que esse “underground” do setor é necessário para crescer, uma vez que, assim, sabe-se quais são os desafios e erros para ultrapassá-los. O executivo mostrou que é preciso três pilares para o desenvolvimento econômico: pessoal extremamente capacitado, máquinas/instrumentos/equipamentos de ponta de linha e bom planejamento de Informação. E, lembrou: o setor de Logística tem que ser como a verdadeira Informação (que se difere de simples “dados” sobre alguma coisa): simples, precisa e correta. De acordo com Kano quase 90% das exportações/importações dos últimos 50 anos foi feita através de contêineres, sendo que este foi uma grande inovação do setor de logística, uma vez que transformou todo o setor. O executivo apontou: “Inovação é conceito-base não só para a Logística, mas diferencial para a Economia de qualquer país. É importante que as empresas lancem demandas pra que os empreendedores saibam onde devem atuar”. E completou: “É preciso que as empresas invistam em pesquisas direcionadas, que estas não sejam tão soltas, para que atinjam logo o mercado”.

No próximo dia 07/07 ocorrerá o primeiro dos workshops do Ciclo. Os participantes, selecionados a partir dos que estiveram em pelo menos um dos seminários, serão informados por e-mail acerca de assunto, lugar e participantes.

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INCUBANET NA SEMANA GLOBAL DO EMPREENDEDORISMO

Entrevista com Mauricio Shneck, coordenador da INCUBANET e Luciano Ayres, da empresa incubada I2, falando sobre Empreendedorismo ao Jornal Hoje.

PROGRAMAÇÃO PARA SEMANA GLOBAL DE EMPREENDEDORISMO

A INCUBANET já está com programação definida para a Semana Global de Empreendedorismo, evento mundial de estímulo à ação empreendedora, idealizado pelo instituto Endeavor, que acontece entre os dias 17 e 21 de novembro.
A Semana Global de Empreendedorismo é um movimento que acontece concomitantemente em 54 países, tendo como foco principal a ação empreendedora. Surgido na Inglaterra, onde já agrega nove mil empresas e quinhentas mil pessoas, se alastrou para os Estados Unidos, onde estão envolvidas duas mil instituições e 480 mil pessoas e este ano chega ao Brasil, com perspectiva de envolver meio milhão de pessoas e duas mil entidades. O objetivo é mobilizar, conectar e inspirar o maior número de pessoas possível para a atitude empreendedora.
Na programação da INCUBANET haverá palestras, workshops e talk show, que acontecerão no Centro de Educação do SEBRAE-PE, instituição parceira da INCUBANET no desenvolvimento dessas ações. Durante a realização das atividades, também haverá um “Balcão de Incubadoras” aos participantes que quiserem mais informações sobre o funcionamento dessas instituições. Durante a Semana Global a INCUBANET também levará palestras acerca do tema “Empreendedorismo e Incubação de Empresas” a instituições de ensino superior. No último dia de atividades (21/11) as incubadoras de empresas associadas à INCUBANET farão um “Open Day” para que as pessoas possam conhecer “in loco” o funcionamento de empresas incubadas. Também neste dia a Financiadora de Projetos FINEP realizará o Seed Fórum, voltado para empresas pré-selecionadas que apresentarão planos de negócios a investidores.

Para mais informações sobre os eventos da Incubanet durante a Semana Global, bem como sobre inscrições, basta enviar um e-mail para info@incubanet.org.br ou telefonar para (81) 3425-4731.

A INCUBANET

Recife, PE, Brazil
A INCUBANET é a rede de incubadoras de empresas de Pernambuco. A Rede agrega 10 incubadoras de empresas e mais de 60 empresas incubadas do estado, além dos parques tecnológicos Porto Digital e Olinda Digital. A incubação de empresas funciona como um processo de apoio ao desenvolvimento de empreendimentos ou empresas nascentes, com a promoção de condições específicas, através do qual empreendedores podem desfrutar de instalações físicas, de ambiente instrucional e de suporte técnico e gerencial no início e durante as etapas de desenvolvimento de negócio. Entre os papéis desempenhados pela INCUBANET está o de congregar essas ações.

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SEMANA GLOBAL DE EMPREENDEDORISMO

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